Foto: Renan Mattos (Diário)
Munidos de boa vontade, carinho e de mantimentos quentinhos, um grupo de voluntários de Santa Maria se reúne, pelo menos duas vezes por semana, para distribuir marmitas, sucos e muito amor a pessoas em situação de rua, na região central da cidade. Desde janeiro, o projeto independente Vozes das Ruas SM promove ações de auxílio à população em vulnerabilidade social, compartilhando refeições que alimentam não só o corpo, mas também a alma.
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A iniciativa nasceu por meio de um ato solidário voltado a crianças da região norte de Santa Maria no ano passado. Foi aí que a técnica em segurança do trabalho Lidiane Loureiro, 23 anos, e a nutricionista Márcia Yane Ribeiro, 28, idealizadoras do projeto, conheceram-se. A partir de então, elas começaram a trocar ideias e o projeto ganhou vida. Hoje, o Vozes das Ruas SM já conta com cerca de 50 voluntários, que se revezam na arrecadação de alimentos, no preparo das refeições e na entrega.
- É agir, colocar em prática a ação, não é só textão. Por menor que seja a nossa ação, a gente percebe que as coisas melhoram. Queremos conhecer mais, estar junto. A gente sabe que não é só a alimentação, tem a questão da saúde, da moradia, da documentação básica, que muitos deles não têm. A gente sabe que isso vai além e nós precisamos, cada vez mais, ouvi-los - conta Lidiane, que é coordenadora do Vozes.
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Atualmente, o Marmita Amiga, principal ação e carro-chefe do projeto, distribui cerca de 25 quentinhas por noite, e percorre as principais ruas do Centro atrás de pessoas em situação de rua e catadores. Com o fim do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), pelo governo federal, a ação preenche essa lacuna.
- A gente pensa, não só enquanto idealizadoras, que não dependemos só de ações do governo, também podemos nos movimentar e sair da cadeira da reclamação e partir para a ação, podendo, de certa forma, mostrar que pode ser feito algo. É sair um pouquinho dos nossos privilégios e ter empatia e um olhar com o outro - diz Márcia.
VISIBILIDADE
As ações são registradas pelas lentes do fotógrafo Dartanhan Baldez Figueiredo, voluntário do projeto. Para ele, a dinâmica de interação do Vozes e a proposta de acolhimento individual são o que o diferencia de outras ações voltadas à população de rua:
- Enquanto a maioria dos projetos está localizada em um local físico, onde as pessoas vão para tomar café, almoçar ou jantar, aqui, nós vamos até eles.
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A educadora física Elizia Nascimento Rosa da Costa, 29 anos, que também faz parte do projeto, compartilha da mesma ideia:
- Para mim, catador e morador de rua nunca foram invisíveis. Eu sempre pensava em fazer alguma coisa, mas, sozinho, a gente não faz nada. Tu precisas te juntar com outras pessoas que pensem igual. Vi as gurias se mobilizarem e entrei de cabeça e de coração.
Quem quiser ser voluntário ou ajudar com a doação de alimentos para a produção das marmitas pode entrar em contato com o projeto via redes sociais (veja no quadro). Para o preparo das refeições em um lugar fixo, o grupo também aceita doações de panelas, fogão, mesa e geladeira.
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